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O Nevoeiro: Stephen King e seus tentáculos

✟ Já pensou se a sua cidade fosse invadida por um nevoeiro cheio de monstros sinistros? Tou fora, pego minha bike (hi-yo Silver!) e vou embora! No conto O Nevoeiro (The Mist), Stephen King faz exatamente isso. Datado de 1985, O Nevoeiro foi lançado no Brasil num livro com vários contos, batizado de Tripulação de Esqueletos, pela Editora Suma. Entretanto, se o livro possui vários contos, qual o motivo de falar apenas sobre um? Além de uma adaptação para o cinema em 2007, o conto também ganhou uma série em 2017. Ilustrando a postagem, irei utilizar imagens do filme de 2007. Vambora conhecer um pouco sobre O Nevoeiro! Nota: é uma mini resenha crítica com leves spoilers, mas nada comprometedor.
Depois de uma baita tempestade que causa um estrago ainda maior em sua cidade, o nosso protagonista, David Drayton, vê-se obrigado a ir ao supermercado para comprar suprimentos para eventuais circunstâncias. Antes de efetivar a visita ao supermercado, decide verificar a sua casa de barcos – que foi destruída pela queda de uma árvore. É nesse momento em que David percebe que uma neblina diferente está se aproximando. Entre os estragos causados pela tempestade, vale citar a interrupção no fornecimento de energia elétrica em toda cidade. Seria aquela uma neblina normal? David a considera estranha, e tem a sensação de que ela está se aproximando aos poucos...
Ao chegar ao supermercado com o seu filhinho Bill, e seu vizinho, Norton – no qual o santo não bate com o do David –, notamos que boa parte da cidade também decidiu fazer o mesmo, é claro. Até aqui, tudo bem, né? Negativo! Dizem que depois da tempestade sempre vem a bonança, mas esse ditado não foi levado ao pé da letra nesse conto. Após a tempestade, eis que um fodendo NEVOEIRO chega. A galera fica louca! Para completar o cenário obscuro (cinzento) dos isolados no mercado, eis que surge um homem correndo e sangrando querendo entrar e relatando que o amigo foi "capturado" pelo nevoeiro. A situação vai se desenrolando entre conversas sobre familiares que ficaram em casa e a especulação sobre o motivo daquele nevoeiro sobrenatural.

O neveiro espreitando todos os enjaulados do mercado.

O filho de David, Bill, é uma das poucas crianças no local, e após conseguir fazer o guri dormir, ele parte em busca de um cobertor para aplacar o frio do filho. Chegando na sala do gerador de energia, percebe que o mesmo está com um cheiro horrível, e o desliga. Entretanto, escuta um barulho diferente no local, como batidas e arranhões de coisas rastejantes no portão que separa a sala do mundo lá fora. Então, David sai da sala e encontra um pequeno grupo próximo ao local. Relata toda a situação – os barulhos – para eles, e decidem investigar, além de religar o gerador de energia para restabelecer a eletricidade do mercado. Ao chegar na sala, ninguém escuta nada do que David falou, é claro. Ao religarem o gerador, aquele cheiro de queimado retorna, e com medo de que o mesmo queime, decidem desligá-lo. Um dos membros do grupo que está na sala, um daqueles bem autoritários, decide mandar o mais jovem lá fora para desobstruir a saída de ar, pensando que talvez isso resolva o problema do cheiro de queimado do gerador. A porta é aberta e o menino sai, só que TENTÁCULOS o pegam... E é exatamente aqui que todos entendem que David estava falando a verdade. Acontece uma luta frenética, o menino luta pela sua vida, mas os tentáculos do capeta o matam e o arrastam para fora. Se você curte um pouco de gore, essa cena é um prato cheio.

Vítima dos tentáculos saídos do nevoeiro.

Ao contarem todo aquele inferno vivido naquela sala para os habitantes do mercado, os mesmos acabam dividindo-se em grupos: 1) o grupo do David: os que acreditam; 2) o grupo da Sra. Carmody – uma fanática religiosa local estilo Margaret White (Carrie, A Estranha, oi?!) – que julga que tudo aquilo é obra divina; e o 3) grupo que não sabe em quem acreditar. As intrigas vão acontecendo, e na primeira noite no mercado, seres voadores atacam o local, fazendo algumas vítimas. Todos lutam pela sobrevivência e buscam explicações para os monstros e o nevoeiro.
O conto é pequeno, com cerca de 130 páginas, dependendo da versão. Acabei lendo no Kindle, um parceiro que virou xodó nas noites de insônia. Não vi a série (que foi cancelada na primeira temporada pela baixa audiência, inclusive), mas a adaptação para o cinema é muito fiel, indo desde os diálogos até as situações vividas. Sempre ouvia falar do filme de 2007, que o final era de explodir cabeças, só que não sentia curiosidade. Acabei sendo impulsionado pela série, que está disponível na Netflix, então decidi começar pelo conto e depois apreciar a adaptação. O final do conto é diferente do apresentado no filme, e realmente é surpreendente. Entretanto, creio que a ideia do conto poderia ter sido melhor desenvolvida num romance, um livro separado somente para ele.
Após toda confabulação, vos digo: quem é de livro, procure o livro; já quem é de filme/série, procure o filme/série. Vale a pena conhecer O Nevoeiro. 

Título: Tripulação de Esqueletos
Editora: Suma de Letras,  2 de setembro de 2013
Páginas: 624 
Autor: Stephen King

  

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